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Episódio #11 - Filmes para a quadra Natalícia

Episódio #11 - Filmes para a quadra Natalícia

No rescaldo do assalto que Star Wars fez ao Natal, recomendo alguns filmes para o que resta das festividades natalícias. Entre algumas escolhas tradicionais falo de alguns filmes que, por se situarem na quadra ou pelo seu espírito, se aplicam para umas noites em família em frente à televisão com uma fatia de bolo-rei na mão.

Começando pelos clássicos sugiro Do Céu Caíu Uma Estrela, de 1946, realizado por Frank Capra. Aquele que é celebrizado como um clássico de Natal é também um filme negro sobre George Bailey, um homem que sacrifica os seus sonhos e a sua vida pelo bem de quem o rodeia numa época de dificuldades financeiras. Este altruísmo irá levar Bailey à beira do precipício sendo salvo num momento de desespero por Clarence, um anjo que lhe mostra o quão importante é a sua vida e o quão diferente seria se nunca tivesse existido. Um clássico absoluto mas cuja linguagem e duração é capaz de afastar os mais novos.

Outro clássico, desta vez literário, com inúmeras adaptações ao cinema, é Um Conto de Natal, de Charles Dickens. A versão que recomendo é de 1992 e conta no elenco com os Marretas e Michael Caine no papel de Scrooge, que ao ser visitado pelos fantasmas dos Natais passado, presente e futuro aprenderá o verdadeiro espírito de Natal encontrando a sua própria humanidade num misto de drama, comédia e música que irá entreter miúdos e graúdos e servirá para estes como porta de entrada nesta intemporal obra literária. Realizado por Brian Henson, falo de O Conto de Natal dos Marretas.

Continuando na animação musical recomendo um filme de 1993, saído da mente de Tim Burton e realizado por Henry Selick, que já é tanto um clássico do Dia das Bruxas como de Natal. Falo de O Estranho Mundo de JackStop-Motion requintada com um personagem inesquecível- Jack Skellington, personagem de enorme coração, altruísta e extremamente popular que é ao mesmo tempo ícone representativo de uma eterna insatisfação, de uma procura por experiências enriquecedoras e da sensação de maravilhamento perante a novidade - O Estranho Mundo de Jack é também um musical com uma banda sonora irrepreensível e perene. Um clássico moderno para toda a família mas que também apela aos solitários, inadaptados e não alinhados. 

Ainda para os mais novos, mas também para os adultos dispostos a colocar o cinismo de parte, recomendo Elf - O Falso Duende, realizado por Jon Favreau em 2003 com Will Ferrel num dos principais papéis que o celebrizaram. Buddy é um humano criado no Pólo Norte na companhia do Pai Natal e na convicção que também é um Elfo, que parte para Nova Iorque há procura das suas verdadeiras origens. O humor deriva do choque entre o mundo real e a inocência e honestidade infantil de Buddy. Se é verdade que o final resvala para a convencionalidade, também é verdade que há momentos hilariantes como aquele em que Buddy encontra no escritório do pai o escritor anão Miles Finch, interpretado por Peter Dinklage.

Depois das férias de verão em 1983 e das férias na Europa em 1985, a família Griswold presenteou-nos com umas férias natalícias em 1989 com Que Paródia de Natal, realizado por Jeremiah S. Chechik. Chevy Chase volta na companhia de Beverly D’Angelo e da sua família em mais uma comédia escrita por John Hughes, o rei das comédias adolescentes dos anos 80, e que algum tempo mais tarde nos traria Sozinho em Casa. O que conhecemos hoje em dia da personalidade do Chevy Chase e os ideais duvidosos da década em que o filme se insere não impedem a apreciação de algumas cenas de antologia na incessante busca de Clark Griswold pela perfeição e pelo controlo da situação disfarçando por pouco um mal-estar latente à flor da pele.

Para os miúdos mais corajosos a alternativa é Gremlins - O Pequeno Monstro, o clássico subversivo de Joe Dante realizado em 1984 sob a chancela de Steven Spielberg. Este é não só uma óptima porta de entrada para o futuro apreciador de filmes assustadores mas também uma sátira mordaz ao consumismo que ainda faz parte dos nossos Natais e, na realidade, parece estar para durar na nossa sociedade. Um acto bem intencionado liberta, por desleixo, no dia de Natal, numa povoação de típica Americana, uma série de criaturas malévolas e mortíferas que espalham o terror pelos habitantes incautos. Terá de ser Billy, o rapaz responsável por estas criaturas, e Mogwai, a criatura benigna de onde originaram os Gremlins, a salvar a situação. Uma das qualidades da direcção de Dante é que a o tom de uma mesma cena assume significados diferentes em diferentes idades, como a história de Kate sobre o pai, grave e séria, quando vista em miúdo mas de um humor negro e irónica quando revisitada em adulto.

Para quem gosta de comédias negras, e já para depois de as crianças terem ido para a cama, recomendo Bad Santa - O Anti Pai Natal um filme de Terry Zwigoff de 2003 com Billy Bob Thornton no papel de um fura-vidas que se disfarça de Pai Natal num centro comercial com intenções de assaltar as lojas durante a quadra natalícia. Este filme é um bálsamo para quem quer fazer uma pausa do espírito da época  tradicional. Com linguagem e comportamentos não apropriados para crianças tem como principal elemento de interesse a interpretação completamente irreverente de Billy Bob Thornton bem acompanhado por Bernie Mac e Tony Cox.

Para terminar, e porque o verdadeiro espírito da quadra é sobre muito mais do que apenas o Natal, vou recomendar um dos meus filmes de eleição, e aquele que talvez tenha definido o panorama das comédias românticas desde então: Um Amor Inevitável, realizado em 1989 por Rob Reiner a partir de um argumento perfeito de Nora Ephron. Billy Cristal e Meg Ryan interpretam Harry e Sally, duas personagens com personalidades diferentes que, após um primeiro encontro onde não se entendem encontram-se novamente por acaso e, lentamente, vêm a sua relação e os sentimentos que nutrem um pelo outro a tomarem novas formas. É um filme fantástico que provavelmente merecerá um episódio exclusivo para análise, e que está nesta lista pois é um acompanhamento perfeito para um serão ao pé da lareira com a nossa melhor metade, tem a Carrie Fisher num papel secundário, e tem um final que se desenrola numa passagem de ano, o evento que culmina a quadra que celebramos.

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